Pandemia empurrou até 132 milhões de pessoas para a fome crônica

Nações Unidas realizam Conferência dos Sistemas Alimentares, para chamar a atenção global sobre a urgência de se erradicar a fome e reduzir doenças relacionadas à má-alimentação; relatório da FAO mostra que Covid-19 prejudicou décadas de esforço. 


A pandemia de Covid-19 prejudicou vários esforços para o alcance da Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.  

Em um novo relatório, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, revela que entre 83 milhões a 132 milhões de pessoas foram empurradas para a fome crônica em 2020.  

O documento da agência foi divulgado nesta quinta-feira, dia 23 de setembro, por ocasião da realização da Conferência da ONU sobre Sistemas Alimentares,  em Nova Iorque. 

Situação alarmante 

O evento de alto nível busca chamar a atenção global para a urgência de uma reforma na produção e distribuição de alimentos e também para a importância de se erradicar a fome e reduzir doenças relacionadas à má alimentação. 

O chefe de Estatísticas da FAO, Pietro Gennari, declarou que a situação é “alarmante” e que agora, ficou mais difícil alcançar a Agenda 2030.  

Praticamente 14% dos alimentos são perdidos ao longo da cadeia de abastecimento, isso antes de mesmo de chegar aos consumidores. Produtores de pequena escala continuam na desvantagem: as mulheres dos países em desenvolvimento ganham menos do que os homens, mesmo quando produzem mais.  

Alta no preço dos alimentos

A pandemia de Covid e as medidas de confinamento para conter a transmissão do vírus tiveram também um impacto na volatilidade dos preços dos alimentos, que aumentaram.  

O relatório destaca ainda que a escassez de água é muito alta em várias regiões do mundo, o que também ameaça os progressos para o desenvolvimento sustentável.  

Mas o documento relaciona alguns avanços do setor: implementação de decisões para combater a pesca ilegal, manejo sustentável de florestas, políticas para eliminar o subsídio das exportações agrícolas e investimentos para ampliar a produtividade em países em desenvolvimento.  

A agência recomenda aos países uma séria de medidas, incluindo aumentar o investimento na agricultura, apoiar pequenos produtores e adotar medidas para conter a alta no preço dos alimentos.  

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