Pandemia torna difícil atingir fome zero até 2030

 

Ocha/Damilola Onafuwa - Mais de 2,3 bilhões de pessoas não têm acesso adequado à comida

As Nações Unidas confirmaram que a fome no mundo “piorou de forma dramática” em 2020, como reflexo da pandemia de Covid-19. O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo” mostra que no último ano 46 milhões de pessoas a mais foram afetadas pela fome na África e mais 14 milhões na América Latina e no Caribe. Já na Ásia, 57 milhões de pessoas foram empurradas para essa situação. 

Mais de 30% da população global, ou 2,3 bilhões de pessoas, não têm acesso adequado à comida, o que indica uma situação de insegurança alimentar moderada ou severa. Os números sugerem que será “necessário um esforço enorme para acabar com a fome até 2030”, como está previsto nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.  

As crianças pagam um preço alto: mais de 149 milhões de menores de cinco anos de idade não estão crescendo de forma adequada e acima de 45 milhões estão com o peso muito abaixo do esperado.  

Segundo a ONU, 3 bilhões de adultos e de crianças não conseguem comer de forma saudável devido ao custo alto de uma alimentação equilibrada. Já a anemia afeta um terço das grávidas. 

Os efeitos de longo-prazo da pandemia de Covid-19 devem fazer com que 660 milhões de pessoas ainda estejam passando fome em 2030. Serão 30 milhões a mais do que um cenário sem o coronavírus.  

O relatório recém-divulgado é o primeiro do tipo na era pandêmica. Foi publicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Ifad, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA e pela Organização Mundial da Saúde, OMS.  

Fonte: https://news.un.org/pt/story/2021/07/1756452


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