Cozinheiros ressaltam sabor diferenciado dos alimentos sem agrotóxicos
A 3ª Feira Nacional da Reforma Agrária serviu de palco para chefs usarem os produtos agroecológicos para criarem pratos diferenciados.A chef Letícia Massula se inspirou em sua terra natal, Goiás, para preparar arroz do cerrado com arroz do sertão, carne de lata com baru e pequi, salada de abóbora com babaçu e vinagrete de maxixe.
“É uma experiência maravilhosa cozinhar aqui na feira. Para quem é cozinheiro é sonho de consumo. Já vim antes como participante e poder cozinhar com tudo isso é emocionante. E principalmente saber que é a comida de quem produz no Brasil. Isso pra mim é muito importante. Nossa comida vem mesmo da agricultura familiar”, afirmou Letícia.
Ela destacou o sabor dos produtos cultivados nos assentamentos, sem agrotóxicos.
“O sabor não tem igual. Eu fico muito impressionada em como a gente que vive em cidade grande esqueceu o sabor dos alimentos, quando você pega os alimentos agroecológicos você lembra da infância. Aqui é tudo com sabor”
A Dona Carmen Virgínia, do restaurante Altar - Cozinha Ancestral, de Recife (PE) e apresentadora do programa cozinheiros em ação do GNT, fez um baião de dois.
“A preocupação maior das pessoas da minha profissão é dar uma comida mais pura e saudável porque hoje nos preocupamos muito com o tipo de comida que estamos comendo. O MST está aí a muito tempo não lutando pelas terras para construir piscinas e castelos, mas para plantar e se sustentar do que tira da terra. E acima de tudo para melhorar a vida de todo mundo. É importante tirar esse esteriótipo de baderneiro”, afirmou a cozinheira.
A pernambucana, que é do candomblé e se inspirou nas comidas dos orixás para montar seu restaurante e seu estilo de cozinha, também destacou a experiência de cozinhar com pessoas que pensam como ela.
“Há um sentido espiritual nisso, não é só pelo dinheiro. Estou tirando a comida de pessoas que lutam como eu, que tem uma visão de vida como a minha, pessoas que tem sonhos iguais aos meus, que se preocupam com o outro”, disse Carmen.
O chef boliviano Checho Gonzales, da Comedoria Gonzales, preparou legumes salteados, aproveitando da diversidade regional.
“Estou tentando entender a reforma agrária, a primeira foi feita 200 anos antes de Cristo. Quer dizer, está demorando muito. Toda pessoa tem direito à terra. Ao meu ver, a reforma agrária restituiu esse direito. E essa feira em si mostrando toda a produtividade é genial.
Para Checho, comer também é um ato político.
“Viver é um ato politico e comer é uma to mais politico. Infelizmente você ve como alimentam a massa, são grande corporações que te dão carne que não é carne, cerveja que não é cerveja. Eles te enganam. Com cinco contos a mais, você consegue comer melhor, ser mais coerente com discurso e cuidar do corpo”, afirmou o chef.
https://www.brasildefato.com.br/2018/05/06/chefs-usam-produtos-agroecologicos-em-pratos-preparados-na-feira
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