Por meio da sua empresa Fresno Chocolate, Anderson torra grãos de quatro maneiras diferentes e os transforma em chocolate também de quatro formas diferentes. Como se não fosse o suficiente ter criado maneiras novas de fazer chocolate, o especialista também foi responsável pela construção das máquinas que fazem o seu chocolate. Basicamente o trabalho dele é uma coisa única, de fato.
Por que ele faz tudo isso? Bom... Anderson não é o único criador de chocolates que leva esse tipo de conceito com ele. O especialista faz parte de um movimento na indústria que é chamado de "bean-to-bar chocolate" (ao como "do grão à barra de chocolate", em tradução livre). Ou seja, um movimento que preza por fazer o chocolate por inteiro, desde o grão até à barra que pode ser comercializada, em um processo bastante artesanal e que confere um sabor único para cada uma dessas criações.
Há 12 anos o movimento teve início com apenas cinco produtores e, hoje, já contabiliza 200 criadores de chocolates que, em sua maioria, são pessoas vindas das áreas de engenharia e tecnologia.
A grande diferença entre esses e os chocolates comuns que consumimos de grandes empresas é o fator artesanal do negócio. A indústria no geral pega uma porção de grãos de cacau que não necessariamente possuem uma boa qualidade, torram até não querer mais e depois adicionam mais um bocado de açúcar, baunilha, manteiga de cacau e mais alguns conservantes para, então, transformar tudo isso em barras. Isso modifica todo o sabor do grão, que se transforma em algo parecido com uma mistura de baunilha e açúcar - apenas.
Créditos: Rajesh_India on Visual Hunt / CC BY-NC-ND
No processo de bean-to-bar chocolate, as barrinhas são feitas desde a escolha do grão, até a feitura do chocolate final em um único lugar. E os grãos são adquiridos de produtores locais, em sua maioria, o que também ajuda a agricultura familiar, de pequenos produtores.
Sustentável
Aqui no Brasil, algumas empresas como a AMMA, ChOr, Chocolate du Jour são alguns nomes que produzem chocolate a partir desse conceito, com cacau vindo do nordeste do Brasil, bem como outros nomes menos conhecidos pelo grande público como Casa Lasevicius, Raros Fazedores de Chocolate e Luisa Abram.
Mas esse movimento com foco no artesanal não é algo que atingiu somente a indústria do chocolate. No mundo, muitas pessoas estão em busca de produtos mais artesanais, com menos conservantes e com mais sabor. Por aqui, você também pode encontrar produtos como pães feitos por micropadarias artesanais que utilizam fermento natural (também conhecido como levain) como principal recurso de suas produções (e não apenas o sabor, mas também a duração do produto são diferenciados).
https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/125568-melhor-chocolate-mundo-sim-ele-existe-gracas-ciencia.htm
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