De acordo com Juliana Dei Svaldi Rossetto, responsável pelo tema junto à FAO no Brasil, a Agenda 2030 da ONU conta com um item específico para enfrentar o problema. A mete nº 3 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 12 prevê a redução pela metade do desperdício per capita mundial até 2030, bem como diminuições das perdas nos sistemas de produção e abastecimento, incluindo no momento pós-colheita.
Segundo o organismo internacional, o desperdício responde por 46% da quantidade de comida que vai parar no lixo. Já as perdas — que ocorrem sobretudo nas fases de produção, armazenamento e transporte — correspondem a 54% do total.
No Brasil, a FAO apoiou, a partir de setembro de 2016, a criação do Comitê Técnico da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). O objetivo do organismo foi desenvolver uma estratégia comum para enfrentar o problema, além de estabelecer diretrizes gerais para mensurar os desperdícios e perdas no país. A agência da ONU também apoiou a elaboração de um diagnóstico nacional sobre a questão.
Também participando do seminário, Kathleen Sousa Oliveira Machado, coordenadora-geral de Equipamentos Públicos de Segurança Alimentar e Nutricional, do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), lembrou que o Comitê Técnico do Brasil conseguiu unir para o debate governo, sociedade civil e o setor produtivo.
“Reunir os três setores discutindo e propondo soluções foi um grande avanço. Agora, a gente espera ter essa estratégia aprovada em novembro pela CAISAN para poder divulgar à população como o Estado brasileiro está atuando e pretende atuar para conseguir atingir o ODS 12”, destacou.
Sobre a atividade promovida pela FAO, a gestora acrescentou que foi importante ouvir as experiências de outros países, que podem inspirar iniciativas brasileiras.
“A partir disso, vamos reunir os especialistas brasileiros para começar a pensar uma proposta e apoiar o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na quantificação das perdas e desperdício de alimentos no país. Primeiro temos que saber o quanto é perdido e desperdiçado para depois conseguirmos dizer se nós alcançaremos esse objetivo até 2030”, salientou.
https://nacoesunidas.org/fao-3
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