Serviço de Ater impulsiona produção de mel no Mato Grosso do Sul


União, informação e organização. São essas palavras que norteiam o trabalho de um grupo de apicultores do Mato Grosso do Sul. Com o incentivo da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), os produtores familiares se organizaram dentro de uma associação e alavancaram a produção de mel. O esforço rendeu um prêmio de reconhecimento, oferecido pela Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf).

A Associação Leste Pantaneira de Apicultores (Alespana) surgiu em 2000, em Aquidauana, a 140 quilômetros da capital sul-mato-grossense, quando as reuniões ainda eram feitas embaixo das árvores da região. O mel é produzido por 42 produtores de 13 munícipios da região, a maioria homens (32 agricultores).

A assistência técnica da Agraer acompanhou o grupo desde o início. A zootecnista Vera Lucia Golze, atual técnica da Agraer responsável por acompanhar os produtores, está com eles desde 2008. De lá pra cá, assuntos importantes para o crescimento da associação foram colocados em pauta, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).

O trabalho da Alespana e o crescimento da associação despertou, não só nos agricultores da associação, mas em muitos outros do estado, a possibilidade de usar as políticas públicas para aprimorar os negócios da apicultura. “A informação é a primeira coisa que nós, enquanto extensionistas, passamos para o produtor. Vários agricultores da associação tinham a atividade da apicultura como uma segunda fonte de renda. Hoje, com a ajuda das políticas públicas, a produção de mel é a principal fonte de renda deles”, explica Vera.

Com a DAP, o mel é vendido para o governo por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A produção é de 27 a 30 kg de mel por colmeia/ano, o dobro da média do estado que produz cerca de 15 kg por colmeia/ano. A presidente da associação, Maria Silveira, afirma que a assistência técnica foi peça fundamental para melhorar o trabalho dos produtores. “A Agraer é o nosso braço forte, é a menina dos olhos de ouro da Alespana. A assistência técnica tem nos ajudado muito em todo os sentidos”, assegura.

Selos

Mostrar de onde vem a produção também pode ajudar no desenvolvimento dos negócios. A conquista de alguns selos foi fundamental para agregar valor ao mel da Alespana. Um deles foi o Selo de Identificação da Agricultura Familiar (Sipaf). “A gente observa que nas feiras ou nos mercados os consumidores dão preferência aos produtos que têm o selo da agricultura familiar, por confiarem nesses produtos. Consequentemente, o selo também dá segurança aos produtores e uma renda maior”, comenta Vera.
A partir de georeferenciamento feito entre 2009 e 2010, outro selo também ajudou a valorizar o produto. Dessa vez, identificando o local onde o mel é produzido, com o selo de Identificação Geográfica IG – Mel do Pantanal do Brasil.

Prêmio Boas Práticas

O trabalho de Vera junto com os agricultores ganhou recentemente o prêmio Boas Práticas da Reaf, que tem o objetivo de dar relevância e visibilidade a experiências com resultados positivos e que possam ser replicadas.

Vera foi buscar o prêmio pessoalmente, em junho, durante um evento no Chile. O projeto desenvolvido em Alespana ficou entre os oitos premiados. “Tivemos três instituições públicas de Ater brasileiras entres os projetos ganhadores. Isso traz a certeza de que ainda estamos à frente quando se fala em aplicação de políticas públicas”, destaca.

Anteriormente, o projeto também entrou no caderno de Boas Práticas de Ater, uma iniciativa da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) que tem o objetivo de premiar e publicar experiências exitosas no âmbito da Política Nacional de Ater. Confira aqui

Juliana Andrade
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de Comunicaçãohttp://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/servi%C3%A7o-de-ater-impulsiona-produ%C3%A7%C3%A3o-de-mel-no-mato-grosso-do-sul

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