No Rio Grande do Sul, o cultivo de nozes cresce em torno de 700 hectares
ao ano
Por: Karen Viscardi
Imagem: www.mda.gov.br
A noz pecã é um produto cobiçado.
Toda a produção tem mercado garantido, pois está bem abaixo da necessidade das
indústrias. As empresas tentam garantir a manutenção e expansão de seu
portfólio, que inclui nozes com casca, descascadas, inteiras, moídas, in
natura, doces e salgadas, chá de nozes e rapaduras. Isso faz com que as
processadoras invistam também nas vendas de mudas, com prestação de assessoria
técnica aos agricultores que decidem cultivar o fruto.
No Rio Grande do
Sul, a área plantada praticamente dobrou em três anos, passando de 1,77 mil
hectares em 2011 para 3,4 mil hectares em 2014, segundo dados mais recentes da
Emater/RS. A média é de 700 novos hectares ao ano. Estes números consideram
apenas produção comercial, diferentemente do IBGE que quantifica o cultivo
total. Os preços da noz em casca também estão em alta.
Metade da safra
brasileira é gaúcha
A menor quantidade
colhida no Rio Grande do Sul impacta diretamente no volume total do país, já
que o Estado é responsável por 49% da produção brasileira de noz pecã, ou seja,
a metade, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O cultivo
concentrado é explicado pelo clima, já que a variedade precisa de frio para
pleno desenvolvimento. Dependendo do tipo, necessita entre 300 a 500 horas por
ano com temperaturas abaixo de 8°C e 7,2°C. Também há plantações em Santa
Catarina, Paraná e em regiões serranas de São Paulo.
— A árvore se
desenvolve melhor com clima seco, solo profundo, frio, geada e altitude mínima
de 40 metros acima do mar — explica Leandro Pitol, diretor da Nozes Pitol.
Fruto da América do Norte se adapta ao Sul
Foto: www.emater.tche.br
A produção de pecã está concentrada
na América do Norte. A noz tem origem nos Estados Unidos, responsável por mais
de 70% da produção mundial. Outros 20% vêm do México. Ambos têm árvores nativas.
Atualmente, os países com maior expansão são Argentina, Brasil e África do Sul.
Em menor volume, Austrália, China, Israel, Uruguai e Peru vêm investindo na
cultura.
— Há poucos
países produzindo, pois a nogueira não tolera muito frio ou muito calor. Outra
questão é que, embora alguns locais ofereçam temperaturas favoráveis, podem não
ter solo ideal ou a quantidade de água suficiente. Pela arquitetura da planta,
a polinização é feita através do vento. Outro fator que demonstra o potencial
da noz é o aumento de consumo em países como na China, por uma questão de saúde
— conta Edson Ortiz, diretor da Divinut.
Segundo a Emater,
99% da noz pecã consumida no Brasil é importada, o que reforça a necessidade de
ampliar a área plantada.
— A demanda é
constante, a produção mundial não cresce porque o investimento é alto e demora
a retornar. Mas a área não fica inativa, como espaçamento é grande, é possível
criar animais ou plantar outras culturas. Além disso, o retorno financeiro é
satisfatório — detalha Derli Paulo Bonine, assistente técnico regional em
Fruticultura da Emater/RS de Lajeado.
No campo, o
sombreamento da nogueira traz conforto térmico aos animais - vacas e ovelhas — nas
épocas de altas temperaturas e, no frio, as árvores perdem as folhas e permitem
maior incidência de sol. Os produtores também podem adotar cultivos anuais
antes de a nogueira fazer sombreamento em toda a área, como feijão, milho, soja
e fumo.
Veja matéria completa em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/campo-e-lavoura/noticia/2016/05/menos-nozes-em-area-plantada-recorde-no-rio-grande-do-sul-5797024.html
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