Escrito por Alice Branco
Em entrevista à BBC, John Warrer,
professor de botânica na Universidade de Aberystwyth, Grã-Bretanha, e autor do
livro "A Natureza dos Cultivos",
conta porquê, apesar da grande
variedade de alimentos existentes no mundo inteiro, consumimos sempre as mesmas coisas.
As bancas de frutas
nas feiras livres, os grandes supermercados e mesmo as quitandas nas pequenas cidades vendem sempre os mesmos alimentos.
De país para país
se encontram frutas, legumes e cereais diferentes, mas, mesmo com toda essa
diferença que tem origens climáticas e culturais, a humanidade só consome uma quantidade ínfima do que a natureza oferece para nos
alimentarmos.
Das 300 mil espécies de plantas comestíveis
existentes na natureza, nós
consumimos apenas 200 delas, ou seja, algo em torno aos 0,06%.
Atualmente, a base da alimentação humana é
apoiada em três cultivos: milho, arroz
e trigo. Estas são as nossas fontes preferenciais de proteína e
carboidratos disponíveis, e que ocupa maiores porções de terra. Claro que
usamos outras fontes proteicas vegetais e muito mais ricas, inclusive, como
todas as classes de leguminosas que conhecemos: feijão dos mais variados tipos,
ervilha, lentilha, soja.
Portanto, dos
argumentos apresentados pelo professor, se conclui que o fato de a humanidade só consumir uma ínfima parte das plantas
comestíveis disponíveis, se deve à necessidade do mercado produtor de ter menos fatores de conflito
para a sua produção em larga escala.
Na entrevista,
Warren exemplifica que existem 20 mil espécies de orquídeas no mundo e que
muitas poderiam até ser bons alimentos. Porém, as orquídeas são, justamente, um exemplo típico de plantas com vida sexual complexa, o que
as torna ruins de domesticação. Só usamos, dentre as orquídeas, a baunilha,
pois tem um alto valor de venda, o que justifica seu cultivo apesar das dificuldades de polinização.
Ficamos assim,
apenas com "dez cultivos mais
importantes do planeta (milho, trigo, arroz, batatas, mandioca, soja,
batata-doce, sorgo, inhame e banana), que, em sua maioria, se polinizam com a ajuda do vento, sem
necessidade de insetos", afirma o botânico que acredita que é importante
aumentar o número de espécies que cultivamos, e dar mais ênfase àquelas que
exigem menos recursos.
"Nossa
tendência é domesticar plantas muito nutritivas, mas que necessitam de muitos
fertilizantes. Deveríamos cultivar novas plantas com sistemas nutritivos
inferiores, porém mais sustentáveis no futuro", afirmou.
Veja matéria completa em: https://www.greenme.com.br/alimentar-se/alimentacao/2127-por-que-comemos-sempre-as-mesmas-coisas
Veja matéria completa em: https://www.greenme.com.br/alimentar-se/alimentacao/2127-por-que-comemos-sempre-as-mesmas-coisas
Comentários
Postar um comentário