Embora sejam
mais afetados pela miséria e pela fome, agricultores familiares cultivam a
terra em 16,5 milhões de fazendas, ou 80% de todas as propriedades, e são
responsáveis pela maior parte dos alimentos produzidos e consumidos na América
Latina e Caribe.
Na América Latina e Caribe, existem 16,5 milhões de fazendas de
agricultura familiar.
Foto: FAO
Agricultores familiares produzem a maior parte dos alimentos na América Latina e Caribe e cultivam a terra em 16,5 milhões de fazendas da região — 80% das propriedades rurais produtivas —, mas são os mais afetados pela fome. Entre a população rural, a taxa de pobreza chega a 44% e a de pobreza extrema é quase 28%.
O alerta é da Organização das Nações
para a Alimentação e Agricultura (FAO), que fez um apelo na semana passada (3)
a seus Estados-membros para que fortaleçam seus programas de proteção social e
desenvolvimento do campo.
Em reunião na República Dominicana para
discutir o Plano de Segurança Alimentar, Nutrição e Erradicação da Fome para
2025 da Comissão de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), a agência
da ONU ressaltou que a agricultura familiar oferece 60 milhões de postos de
trabalho na região, mas concentra altos índices de miséria.
A FAO lembrou que, em centros
urbanos, as taxas de pobreza e pobreza extrema são bem inferiores do que no
meio rural — 24% e 8%, respectivamente.
A falta de renda e recursos é de
longa data. Segundo informações da organização, no início dos anos 2000, mais
de 80% dos lugares pobres na Bolívia, Honduras e Nicarágua eram locais
dedicados à agricultura familiar.
Em termos regionais, foi a partir de
2012 que se registraram reduções significativas da miséria nas regiões rurais,
mas os avanços variam entre os países.
“Brasil e Chile demonstram que este
setor (pequena agricultura) tem um enorme potencial inexplorado e que, com as
políticas corretas, a agricultura familiar passar a ser parte da solução do
problema da fome, em vez de ser parte do problema”, explicou o representante
regional da FAO, Raúl Benítez.
Entre as soluções propostas pela
agência da ONU para retirar milhões da pobreza, estão a melhoria das condições
de trabalho, o fortalecimento de redes de abastecimento público e comércio que
adquirem produtos da agricultura familiar e a associação entre as cadeias de
pequenos produtores e programas de alimentação escolar.
“Devemos impedir que quem produz
nossos alimentos estejam entre os que mais sofrem fome e pobreza na região”,
destacou Benítez.
https://nacoesunidas.org/pobreza-afeta-quase-metade-dos-agricultores-familiares-da-america-latina-e-caribe-alerta-fao/
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