Mel do Pantanal é o primeiro do Brasil a receber selo de Indicação de Origem

Imagem: http://www.agronegocios.eu
O mel produzido no Pantanal passou a integrar a tabela de produtos nacionais com certificação de Indicação Geográfica (IG), registado e emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Esta é a primeira Indicação Geográfica para mel conferida em todo o Brasil.
O responsável pela pesquisa em apicultura na região, Vanderlei dos Reis, da Embrapa Pantanal, afirma que a região era erroneamente considerada como não indicada para a obtenção de mel e de outros produtos apícolas em escala comercial.
Esse paradigma mudou, adianta o pesquisador, com a aprovação de seis projetos que possibilitaram a execução de diversos estudos fundamentais para conhecer mais sobre as particularidades da apicultura no Pantanal e assim gerar, adaptar e transferir técnicas apropriadas para essa região.
Os treze anos de pesquisa resultaram em um mel de coloração clara, com sabor e aroma de floradas variadas de plantas do Pantanal. As características específicas, destacadas com o selo de origem, tem beneficiado apicultores e demais interessados em produzir mel e derivados na região pantaneira.

Produto registrado e rastreado
Recebem selo de IG produtos que apresentam uma qualidade única, por causa de características naturais, como solo, vegetação, clima e saber fazer. No caso do Mel do Pantanal, o grande destaque é a produção aliada à conservação de um bioma único, em que a prática da apicultura pode ser desenvolvida em harmonia com a natureza, auxiliando na sua conservação, uma vez que a manutenção ou o plantio de espécies que apresentem floradas ou outros recursos vegetais de interesse para as abelhas africanizadas (Apis mellifera) é requisito fundamental nessa atividade econômica.
A Indicação Geográfica protege os consumidores contra falsas indicações de origem (mel sendo comercializado como obtido no Pantanal e que não foi produzido nessa região) e de produtos de qualidade desconhecida (mel produzido na região, mas de qualidade duvidosa que não segue o protocolo de autenticidade da IG Mel do Pantanal). Além disso, espera-se que com o advento da IG ocorra uma agregação de valor ao produto e uma melhora de qualidade nas ações da cadeia produtiva, valorizando o território e o saber fazer local ao promover um produto com tipicidade específica facilitando o seu marketing e o acesso a novos mercados.
As vantagens se estendem também aos consumidores quanto à confiança na autenticidade dos produtos que têm uma história particular, uma forma tradicional de produção e seguem um caderno de normas para a produção e elaboração disciplinado por um conselho regulador garantindo esta qualidade vinculada à origem.

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