Das fazendas às prateleiras dos mercados, um
terço de toda a comida produzida no planeta é perdida ou desperdiçada. Saiba
como seria o mundo se os alimentos chegassem, de fato, às pessoas que mais
precisam deles
Dercílio/planeta sustentavel.abril.com.br
De um
lado, um em cada três alimentos produzidos
no planeta vai parar no lixo.
De outro, uma em cada oito pessoas vai dormir com fome todos os dias. Segundo a
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mais da
metade do desperdício (54%) acontece
ainda nas etapas iniciais da produção, manipulação e armazenamento após a
colheita. O restante se perde nas etapas de processamento, distribuição e consumo. Mas como seria o mundo
se cada grão, fruta, verdura e legume fosse realmente aproveitado?
Em primeiro lugar, seria possível mudar a equação da insegurança alimentar, acredita
Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu. Isso porque o mundo produz
alimento o bastante para alimentar 12
bilhões de pessoas (cinco bilhões a mais do que a atual população
da Terra). Além de reduzir a oferta nas gôndolas, o desperdício faz com que os
produtos encareçam, já que causa prejuízo de R$ 1,6 trilhão ao ano - e, como
você verá abaixo, não é só esse número que é superlativo.
Atualmente, enquanto 1,3 bilhão de toneladas de comida é desperdiçada no
mundo todo, 795 milhões de pessoas não tem o que comer. Essas perdas podem
significar a diferença entre uma dieta adequada e a desnutrição em muitos
países, localizados especialmente na África e no Sul da Ásia, afirma o Banco
Mundial. No Brasil, o desperdício é ainda superior à média mundial: metade das
nossas bananas, morangos e alfaces vai para o lixo. Mais da metade dos resíduos
brasileiros (58%) é composta por comida,
segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Na outra
ponta, 7,2 milhões de pessoas passam fome no país, de acordo com a FAO.
O fim do desperdício também mexeria diretamente no bolso dos
consumidores. Além de ter acesso a produtos mais baratos, ao não jogar comida
fora, as famílias brasileiras poupariam R$ 90 todos os meses. A estimativa do
Instituto Akatu, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ainda aponta que cada família descarta, em média, 20% dos
alimentos que compra.
Sem perdas de alimentos, os ganhos ambientais também seriam enormes: o
mundo deixaria de emitir 3,3 gigatoneladas de CO2 para a atmosfera, diz a FAO.
Se o desperdício de alimentos fosse uma nação, figuraria em terceiro lugar no
ranking dos maiores emissores de gases
de efeito estufa, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. As
consequências do fim do desperdício são positivas para o clima, a água, o uso
da terra e a biodiversidade.
Veja mais: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/se-nao-houvesse-desperdicio-alimentos-mundo-967020.shtml
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