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A expansão do consumo de alimentos orgânicos também contribuiu para que esse tipo de batata ganhe mais força e presença no mercado, já que a produção se baseia na agroecologia, sem o uso de agrotóxicos, o que favorece a preservação das características ambientais.
A iniciativa partiu da Rede de Mulheres em Defesa da Agroecologia do MST no assentamento Emiliano Zapata, localizado a 12 quilômetros da cidade de Ponta Grossa, no interior do Paraná.
Em uma horta coletiva, onde também há espécies florestais, a raiz da
variedade yacon, originária da Cordilheira dos Andes e que foi muito consumida
pelos incas, é plantada e adubada com folhas e troncos de árvores existentes no
espaço, como o eucalipto.
A agrofloresta, como explica Genecilda Lourenço, de 64 anos, uma das
diretoras estaduais da Rede de Mulheres, agrega o plantio de raízes e outras
verduras com a presença de árvores de médio e grande porte, sem falar no
matagal nativo. A experiência é desenvolvida nos assentamentos do MST para
promover a produção de alimentos sem agrotóxico e sem desperdício, incluindo o
de água.
Depois do início do trabalho, o líder do assentamento pediu apoio de
profissionais de nutrição do Banco de Alimentos, órgão que distribui a produção
do MST para entidades, hospitais e comunidades carentes.
O plantio é feito uma vez por ano, em agosto, e a colheita pode gerar
até 800 quilos em 630 hectares de horta coletiva, garantindo dessa forma as
condições necessárias de manutenção do ecossistema. "É feito uma análise
de quanto será preciso para que essa quantia seja plantada. Nada mais, nem nada
a menos", explicou Genecilda.
Considerada como uma novidade no Brasil, a produção pioneira da batata
yacon das mulheres do MST alimenta 49 famílias e chega a algumas redes de
distribuição.
Genecilda, que cuida ao lado do filho da produção, ressaltou a
facilidade de cultivar esse tipo de batata, que inclusive pode ser plantada em
pequenos jardins dentro de casa.
Além disso, a batata yacon traz benefícios à saúde. Ela pode acompanhar
receitas doces e salgadas, e é recomendada para diabéticos devido ao seu baixo
nível de açúcares. Alguns especialistas, inclusive, a consideram como uma
"insulina natural".
A batata yacon chegou ao Brasil em 1994, mas só começou a ser produzida
através do sistema agroecológico há seis anos.
O Laboratório de Mecanização Agrícola e a Faculdade de Jornalismo da
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) assessoram em diferentes aspectos
a comunidade produtora pioneira, que vende sacolas com produtos agroecológicos
por R$ 25.
O plantio agroecológico da batata
yacon é gerenciado pelo MST, mas é em Piedade, no interior de São Paulo,
que se concentra a maior produção industrial deste tubérculo. Da cidade saem,
por ano, cerca de 1,5 milhões de toneladas da variedade.
http://economia.uol.com.br/noticias/efe/2016/07/06/produzida-por-mulheres-do-mst-batata-yacon-ganha-espaco-no-brasil.htm
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