Desde a chegada do Programa
Rio Rural em São José do Vale do Rio Preto, na
Região Serrana do Rio, os produtores estão sendo incentivados a utilizar boas
práticas agrícolas. A diversificação das lavouras, a implementação do cultivo
em ambiente protegido e a utilização de sistemas de irrigação para a economia
da água são as práticas mais procuradas pelos agricultores, que já começaram a
colher bons frutos no município, com os recursos do Rio Rural, programa da
secretaria estadual de Agricultura, e a assistência técnica da Emater-Rio.
“Muitos produtores já melhoraram a qualidade e a eficiência de sua
produção, aumentaram a comercialização de seus produtos e, consequentemente, a
renda de suas famílias” explica Margareth Ferreira Costa, técnica executora do
Rio Rural no escritório local da Emater-Rio.
Este é o caso de Luiz Carlos Gonçalves Botelho. Ele produz olerícolas e
hortaliças orgânicas e, em 2015, foi beneficiado pelo Rio Rural com sistema de
irrigação por gotejamento, o primeiro a ser implantado em todo o município. Os
equipamentos começaram a ser utilizados no sítio do produtor em novembro do ano
passado e os resultados em relação ao uso racional da água foram imediatos.
Além da assistência da Emater-Rio, o agricultor
contou com o apoio técnico da empresa Irrigar, para a instalação e aprendizado
sobre as formas de utilização dos equipamentos.
O sistema de irrigação por gotejamento possibilita o gasto controlado e
direcionado de água para o crescimento das plantas. Com sua utilização também é
possível evitar a erosão, pois o solo é molhado em pontos específicos e não em
sua cobertura total.
“A vantagem do gotejamento é imensa. Antes eu levava até quatro horas
para poder irrigar toda a minha produção. Hoje, não levo mais do que 10
minutos. Além disso, depois que começamos a utilizar o sistema de gotejamento,
conseguimos economizar cerca de 80% da água que usávamos para o trabalho de
regadura das plantas” declarou Luiz Carlos.
O gotejamento tem permitido ao agricultor realizar testes no plantio do
chuchu, um dos principais cultivos de São José do Vale do Rio Preto.
“Os técnicos da Emater-Rio me disseram que é importante
para o chuchu receber água nas folhas e o gotejamento ajuda neste processo. Na
irrigação por aspersão, a água vai em todas as direções, muito mais para o solo
do que para as folhas. Estou bem otimista, porque conseguindo melhorar a
qualidade do cultivo e economizando água dessa forma, meu retorno será maior”
completou.
Na avaliação do secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, é
indispensável que os pequenos agricultores tenham acesso às tecnologias, para
qualificar sua produção.
“Como trabalham em áreas menores, os produtores familiares precisam
explorar ao máximo suas terras, com sustentabilidade, para garantir um bom
retorno para a atividade. O apoio do Rio Rural garante o manejo correto e a
assistência técnica necessária nas pequenas propriedades” afirmou o secretário.
Bom para a produção e para o ambiente
A extensionista Margareth Ferreira Costa explicou que outros produtores
da microbacia estão visitando o sítio de Luiz Carlos para conhecer o sistema de
gotejamento, preocupados com a estiagem que já foi forte em 2015 e promete ser
ainda maior em 2016.
“Todos aqui em São José estão preocupados com a falta d´água. Utilizar
sistemas que economizam água e adotar práticas ambientais de preservação de
nascentes, por exemplo, ajuda a amenizar a escassez hídrica e a continuar com a
produção em suas lavouras. Muitos já estão colocando o gotejamento em seus
subprojetos para receberem o benefício do Rio Rural” comentou a técnica
executora do Rio Rural.
O produtor Luiz Carlos Botelho abandonou o sistema de plantio
convencional há 17 anos. O chuchu orgânico tem sido seu principal produto
cultivado. Segundo o agricultor, em média, são cultivados 650 quilos de chuchu
mensalmente, que são escoados para mercados e feiras especializados em
Petrópolis e Teresópolis.
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