Agroecologia: Os Desafios Econômicos, Sociais e Ambientais da Agricultura Familiar

Por Najar Tubino

A agricultura familiar produz a maior parte da comida dos brasileiros e envolve mais de 12 milhões de pessoas, tudo isso preservando o meio ambiente.


Cáceres (MT) – A pesquisa Promovendo Agroecologia em Rede, que a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) está realizando no país, envolvendo sete regiões brasileiras, com o apoio da Fundação Banco do Brasil e do BNDES na realidade traça um retrato da agricultura familiar no momento histórico. Sem contar as diferenças de ambientes, no caso em questão, Cerrado, Pantanal e região pré-amazônica, o histórico pela conquista da terra e o nível de organização das populações tradicionais, assentados, indígenas e quilombolas, e outros grupos do campo. Cáceres sempre foi o caminho para Rondônia, onde levas de migrantes oriundos do sudeste e do nordeste brasileiro chegaram para trabalhar na derrubada da floresta e posterior plantio de pastos.   

A pesquisa traça uma linha do tempo do território, hoje com quase 200 mil habitantes, 11 municípios, sendo que sete deles com menos de seis mil habitantes. A conquista do oeste, a partir daqui, foi elaborada antes mesmo da ditadura, pois já em 1953, uma área de 200 mil hectares foi dividida para colonização. Os militares incentivaram a derrubada da floresta e a implantação da pecuária extensiva, usando os migrantes como mão de obra barata. Como relata Augusto Santiago, Caju, consultor da ANA que coordenou a pesquisa em Cáceres, juntamente com os técnicos da FASE.

“- A história se passa numa zona de expansão da fronteira agrícola sob a Amazônia brasileira, durante o processo de mercantilização das terras, modernização da agricultura e estímulo às migrações dos anos 1950. Depois incrementado pelos incentivos fiscais oferecidos à ‘empresa agrícola’ para ocupação do Oeste durante os governos militares a partir dos anos 1960. Os trabalhadores imigrantes que ajudaram a derrubar as matas desde a região de Cáceres até o Estado de Rondônia, explorados por madeireiros e fazendeiros, formam uma massa de gente sem terra, que se organiza a partir dos anos 1990, para a conquista da terra”.


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