São Paulo recebe a 1ª Feira de Economia Solidária e Agricultura Familiar

por Gabriel Valery, da RBA


Projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo reúne cooperativas e iniciativas de inclusão através da geração de renda

Cleide: 'Nossos produtos são orgânicos, sem agrotóxicos nem componentes químicos'
São Paulo – A Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo promove de hoje (5) a sábado a 1ª Feira de Economia Solidária e Agricultura Familiar. O evento terá exposição e vendas de diversos produtos provenientes de empreendimentos econômicos autogestionários que mantêm algum tipo de convênio com o município.

O evento foi aberto hoje e o público tem aproveitado observar possibilidades de presentes para o Dia das Mães, no próximo domingo. É possível encontrar itens para decoração, vestuário, calçados, colares, brincos, chaveiros, lenços, artesanatos e gêneros de alimentação com preços a partir de R$ 5.

A ideia foi proposta pela da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol). “A economia solidária vem em uma crescente. De acordo com os dados sistematizados de quem participa do setor, contribuímos com 2% do PIB nacional. Para um segmento que visa a desconstrução do capital, o trabalho na base, através de negócios de pequeno e médio porte, é um número muito bom”, afirmou o diretor de cultura da Unisol, Eduardo Barbosa, o Bob Controversista.

“Buscamos políticas públicas que potencializem os bons números. Esse projeto é uma delas, com o objetivo de articular empreendimentos e trabalhar em rede proporcionando bons arranjos produtivos”, explicou Bob Controversista. A secretaria, em parceria com a pasta de Direitos Humanos e Cidadania da capital, desenvolvem os trabalhos, que incluem programas de redução de danos, em uma rede de cooperativismo social.

Parte dos expositores encontravam-se, antes do projeto, em situação de rua. É o caso de Alex Francisco, que desenvolve um trabalho de encadernação e restauração manual de cadernos e livros. “Eu fui o primeiro a fazer parte do grupo. Hoje dou aula de encadernação, cheguei aqui através deste programa de redução de danos. Moro em uma república e estamos tirando uma renda. Também planejamos montar uma cooperativa mais forte”, afirmou.

De acordo com o secretário Artur Henrique, o trabalho é essencial diante de um cenário de problemas econômicos. “Não podemos deixar de buscar outras políticas que auxiliem a população na geração de renda (…) Já capacitamos mais de 800 pessoas, ajudando na condução de seus trabalhos em grupos solidários. Eles contam com nosso apoio enquanto não podem caminhar sozinho, com suporte por meio de bolsas do Programa Operação Trabalho, por exemplo.

O espaço ainda conta com intervenções artísticas como esculturas e um palco para apresentação de músicos. São cerca de 80 expositores e comerciantes com produtos acessíveis, como itens de decoração, vestuário, colares, calçados, brincos, lenços, cadernos e produtos agrícolas.

Cleide Duarte, produtora rural da região de Parelheiros, na zona sul da capital, deve ficar durante todos os dias da feira na venda de alimentos orgânicos. “Desde 2013, trabalhamos sem agrotóxicos nem componentes químicos. Somos produtores cooperativados. Posso falar que temos um incentivo essencial da prefeitura. Eles nos fornecem uma consultoria com engenheiros agrônomos sem custo, por exemplo”, disse Cleide, que vende a maior parte de seus produtos para o município distribuir em merendas da rede pública de ensino.

A feira está localizada no Vale do Anhangabaú, em frente ao prédio dos Correios, próximo à estação de metrô São Bento, na região central da capital paulista. A entrada é gratuita e o funcionamento é das 10h às 20h. No sábado, o evento será encerrado às 18h.

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